Bom tempo.

“Um marinheiro me contou/ Que a boa brisa lhe soprou/Que vem aí bom tempo/  O pescador me confirmou/  Que  o passarinho lhe cantou/ Que vem aí bom tempo…” (Chico Buarque)

Delicado equilíbrio (aff… como o diz o maior blogueiro do mundo Rafael Galvão: “Sem trema. Acabaram com o trema. Coisa chata.”).

Meus grandes amigos, independente de idade, mais novos, mais velhos, amigos queridos, outros nem tanto, mas pessoas que de algum modo admirei, pessoas que amei como o querido Walter Bandeira, meu professor na Escola de Teatro,  *o*  cantor – confessa e confessada paixão musical de Elis Regina-poucos sabem disso)  enfim, pessoas que faziam parte da população afetiva do *meu* mundo. E do mundo em que  (me) vivi. Do mundo do qual, no tempo hábil, emigrei para  me impor – a partir deles – os standards de altitude e platitude que eu seguiria ou recusaria.

Não foi só Walter, foram vários. Mas em Walter homenageio todos eles. Cada um deles,  cada uma delas, nesses últimos tempos, , de maneira diferente, levam ao morrer, um pouco de minha compleição interna, dos *golden slumbers*; do desenho, do traço de minha existência (na concepção de Ortega y Gasset).

Sinto-me mais aferrada, mais ligada e mais amante de meus Amigos, dos meus mais íntimos.  Nem quero ir , nem quero que eles me deixem.

Daí os dois trechos: uma promessa, à qual me agarro. E como não posso deixar de ser quem sou, orgulhosa em minha solidão, busco o Poeta (um dos maiores) para o consolo de quem espera. Afinal, il faut avoir de la patience, la grande patiente…  Il faut “pacienter”.

“O trágico, na medida em que não depende da culpa, mas do momento em que o destino se cumpre, afasta-se da moral. Dificilmente podemos falar de moral quando há situações que não controlamos. Mas não deixam de ser trágicas, uma vez que são também irreversíveis, desequilibradas e injustas.”  Teócrito.

Meu carinho a todos. Bom fim de semana. Carpe diem!