24X7: MÁQUINAS para incentivar a leitura (e não só)…(UPDATED)

maquinalivros1.jpg.19062as bonitonas, de frente e de perfil.

Há meses, creio que desde o ano passado, espalharam por Sampa, em metrôs, shoppings, hipermercados, feiras, umas maquininhas ‘simpatizinhas’ que oferecem livros desde R$ 3,00 . Há muita coisa boa e coisa não-tão-boa:-) Há, por exemplo, muitos clássicos de filosofia, da editora portuguesa Escala, a 4,50 ou pouco mais. Bem do lado de uns do Paulo Coelho e alguns daqueles de bolso (? – haja bolso) da Cia. das Letras e das Viagens. Olha só, um livro do Lima Barreto, O Homem que sabia Javanês, por 4 e 50 bucks…. ( o que escolhi, claro, toda contente, custava 79, 00) mas, asseguro, foi uma exceção. O importante é que a maioria dos livros custa 4,99. Daí para mais, claro.
Não sei se você viu dessas maquininhas simpatizinhas na sua cidade…ultimamente. Não sei se no Rio de Janeiro existem em tamanha profusão como em São Paulo.

continue lendo…

Onde existem tantas que parece até que elas se colocam de propósito na frente de qualquer transeunte (eita!) por onde quer que ele passe…
O fato é que meu querido amigo Fausto Rego , jormalista e Editor da RETS (Revista do Terceiro Setor) e blogueiro excelente, me falou que viu uma no Centro da Cidade e foi logo dizendo que achou a coisa impessoal e fria;-)
Ou seja, já começando a discutir o assunto que prometi há semanas e muitos (não) me cobraram:-)
Preste atenção , por exemplo, a este link, antes de clicar. No final vê-se um número antecedido do termo “moe*. certo?
http://www.24×7.com.br/website/index.asp?cod=1819&idi=1&moe=57
É uma referência às “moedas” , e referência às máquinas… ou seja: Não tem atendente, não tem vendedor, não tem com quem falar, (não tem =não há) “none”: não têm nada essas máquinas – É, de fato um prazer solitário, se prazer for ;-) essa espécie de caça-níquel cultural (aliás, genial, não?!)
E como funcionam as máquinas:
1 – Coloque o dinheiro.
As máquinas aceitam: Moedas de R$ 0,25 e 1Cédulas de R$ 1, 2, 5 e 10
2 – Selecione o livro.
3 – Retire o livro
4 – Aperte o botão do troco.
Boa leitura.
=====

Agora que você já clicou e leu , queira ver o que se diz lá na banda esquerda, digo, direita da página:
Um convite a colaborar para “mudar o país”, com a melhoria da leitura, com deus e com o diabo e a terra do sol !!!!!!. E no final, como ninguém é de ferro:
“Receber até 25% da produção cultural incentivada por você… sem gastar nada.
“Não haverá de gastar nada mesmo, porque quem gasta é o Tesouro Público”, garante quem sabe.
O Grande Mecenas que aceitar o repto… 1- “doa” dinheiro público, 2- fatura em publicidade e 3- ainda recebe de volta 25% da produção… (ora, mas alguém duvida que, se ele quiser receber de volta o dele em cash, ou uns cantos das máquinas, já estará prontinho pra escoar mais esses livrinhos? ?)
E finalmente … posa de benfeitor da humanidade, recebe tapinhas nas costas, talvez propicie, em alguma ONG, umas vagas para estagiária(o) s de Letras que hão de ir lá pesquisar o Fenômeno de Incentivo à Leitura, e dorme com a paz de consciência que o deus ou…etc… lhe deu.
Já do lado direito da tela, embaixo, se pode ver também a referência à franquia, para os investidores mais dispostos… mais agressivos e quem sabe mais idealistas…
“E assim caminha a demasiada humanidade.” Ou, como gosto de dizer, así pasan los dias.

Bom, o objetivo do post é discutir com você e com todos que vivem reclamando da situação cultural, (da dificuldade do acesso à leitura, e conseqüentemente, da escrita, pois não posso conceber a prioridade de uma sobre outra, ou o distanciamento das duas), de que ninguém pode comprar livros, reclama sobre compra – e venda também – de livros, de distribuição, de pobreza, cultura e democracia, enfim, tudo isso, de que adoramos falar, discutir em simpósios ‘sérios’, como o último em Belo Horizonte- hohoho, e agora escrever em blogs, mas mais costumeiramente quando estamos (ato falho) na mesa do bar. Que tal, vamos discutir? Vamos?
P.S. (mais importante) Devo este post à minha cabecinha que trabalhou em texto mezzo anárquico, mezzo indecente de meu amigo (Bolerô de) Havel (espero que ainda seja).
P.P.S. Só para constar, o nome da firma, empresa, whatever, é 24 x7 – que lindo e significa que se pode comprar livros e livros são vendidos, 24 horas nos 7 dias da semana, Issa ou Iça!!!!!!!
P.P.PS. Não quero ser metida, não, mas este assunto das máquinas 24X7 não é novidade. A Imprensa tem escrito muitíssimo sobre isso; aindas ontem houve matéria no ESTADÃO, a novidade é que discutir a respeito disso e principalmente do que está nas letrinhas referentes ao seu Imposto de Renda, parece que a primeira vez é aqui no Sub Rosa 2 ou 3… pisc*- só para não perder o costume.
E aí? De repente, você pode estar investindo na venda do seu próprio livro. Ow!

UPDATE: Meninos e meninas: Na verdade, talvez por eu não ter encaminhado bem o propósito do post e da discussão, alguns de vocês (praticamente todos, thank goodness) estão discutindo algo que decididamente não é relevante, embora conte nas preferências pessoais- bote pessoais, nisso, de cada um.

Minha intenção é discutir o seguinte:

  1. -Essas máquinas não tornariam mais fácil o acesso a livros, tanto pelo preço quanto pela comodidade, e pelo fato de nunca fecharem, daí o nome ali no título do post: 24 X 7, ou seja 24 horas por dia nos sete dias da semana?
  2. Ora e se isso for verdade não teremos um p**** incentivo à leitura para pessoas que não podem dispor de tanto dinheiro por um livro que, em outras livrarias, tais como a Siciliano, um supermercado de livros ou mesmo na bendita Livraria Cultura (que, IMSHO, nem deveria ser tomada – a rigor, como exemplo de “LIVRARIA comme il faut*, aquelas em que se encontrava a figura quase xamânica do “LIVREIRO” e nesses casos, os/as atendentes da Livraura Cultura de São Paulo, com quem tive contato, ou as FNAC não só do Brasil, como overseas, não são também lá essas coisas em termos de conhecimento do livro, do seu conteúdo, que autor é bom, qual não é etc etc etc) custariam muito, mas muito mais caro?
  3. Reparem, não se trata aqui de pessoas que têm hábitos já formados de leitura, e uma relação quase de fetiche (no meu caso, É fetiche puro) com o livro. Acho que quem ler com atenção e principalmente, quem leu o post, depois de CLICAR NO LINK e se deu ao trabalho de observar e examinar o site, vê lá que os donos do Projeto, estão abrindo franquias que vão desde o Acre até o arroio Chuí, aí depende, n’e?;-) … (Não vou bancar a ‘fessora aqui e dizer, leiam, meninos antes de responder, mas bem que seria uma boa.
  4. Ninguém está, pelo menos eu não estou, mostrando o ADMIRÁVEL MUNDO NOVO do HUXLEY com essas máquinas, ou como diz o Milton Ribeiro, como algo apocalíptico, e sim como falou a Aninha Pontes,( sempre com uma interpretação precisa e por isso grande merecedora do ma-ra-vi-lho-so como idéia Thinking Blogger Award), pois bem a Aninha Pontes disse muito bem: que queria ver essas máquinas instaladas nos lugares mais difíceis, mais pobres, mais inóspitos….Querida Aninha, como professora, que fui, sou e sempre serei, é também o meu desejo. Bolas! É isso que, num primeiro momento está em questão. Como diz o Eduardo e como qualquer pessoa que more de São Paulo para fora do Brasil, isso não é novidade nenhuma, e nem é só com livros – e eu acho que deixei isso bem claro no post: não é novidade, vírgula, para alguns privilegiados, que mesmo morando em S.Paulo, como a recém=chegada Pedrita, ainda nem tinha reparado nas maquinetas de livros… (Agora vejam só, eu estava relutando em fazer esse post e adiando …adiando).

Bom, agora chegamos à segunda parte da questão , daquilo que se discute, que é exatamente o convite a empregar o dinheiro do Imposto de Renda..(renda, que renda?, mas enfim…). Ora , é só ler (E DE NOVO SÓ PODE FALAR QUEM CLICOU NO LINK) o que diz lá – e eu sinceramente fico triste – triste por não entender e não ter ninguém que me explique: Esse convite para investir é dirigido a pessoas jurídicas e também físicas então, a promessa de receber de volta até 25% da produção cultural – ora que produção cultural, cara pálida? Baseado em que cálculos? Recebe quando? Em espécie, se preferir?;-) como lembrou no post, meu gaiato Amigo.

Sabem por que eu quis essa discussão, que ficará registrada by Google? porque há muito tempo que vejo pessoas que têm blog (os que não tem blog , então nem se fala) tenho amigos fantásticos, que são escritores, alguns que publicaram um ou dois livros e depois não puderam publicar mais, e outros que escrevem tão bem e que não conseguem publicar nem um só seus livros. Conheço sim, pessoas com prêmios relevantíssimos e que têm engavetados, pelo menos 4, 5 ou mais exemplares , seja de ficção ou ensaios.

Vão partir para a publicação independente? Eu sou, tenho que ser contra a publicação independente – pois ela esbarra numa coisa chamada distribuição. Afinal, você publica e depois vai vender como? Como o Plínio Marcos, o dramaturgo que vendia seus livros e se auto-identificava, como camelô de si mesmo?

O que eu quero é que discutam e me expliquem porque a tal máquina pode vender livros importados, portugueses, por ex, de filosofia, Nietzsche, Maquiavel etc a r$4, 99. Hein?
Bom, pra finalizar, e porque livro pode não ser a praia de muitos dos meus cinco leitores, eu gostaria de lembrar uma coisa que todos sabem:

Sabem porque os blogs foram uma revolução? (oh yeah! existe quem negue, mas esses não estão aí para pensar). Os blogs foram e são uma revolução porque concretizaram um ideal que vem desde os tempos da Revolução Industrial, pasando pelo Iluminismo, ou seja: o autor (dono) da obra, tem idéias (boas ou ruins , isso é com ele), e pode publicá-las num espaço, onde ele é o seu próprio patrão, ou seja onde ele é o seu próprio Editor, e, ainda por cima, Oh dreams come true: ele na hora em que publica está distribuindo *SEM* a intervenção de ninguém, para o maior público do mundo! Putzgrilo! Dito assim, parece à toa, né?…

E então..,, como os blogs, essas máquinas não poderiam ser a saída, para tanta gente boa (e ruim) que eu conheço que conseguiu incentivo do Estado para publicar, ou fez publicação independente, e estão com seus livros, digamos er..hmm… encalhados, em casa ou wherever, e tudo o que querem é vender. Isto é, vender, mas não só no dia, na tarde, ou na noite de autógrafos, percebe?;-)

Podem até vender pelo blog…mas não acho, POR EXPERIÊNCIA PESSOAL, digo, de observar de pertinho) que eles consigam vender de forma significativa… Não vende não , porque eu sei. E quem quiser pode procurar direito que saberá também.:-(

É mais ou menos isso.
Smacks…Até. Tiau!

Desculpem, estou envolvidíssima com o Festival de CANNES, ;-))) que começa daqui a pouco e , (teremos edição especial) deixo-vos a discutir.. Sabe por que? Essa discussão, envolvendo esses ângulos, estamos fazendo pela primeira aqui , nós!. Os que vierem depois, …talvez, ou certamente, possam fazer melhor… Salut! e, claro, hohoho.

Sobre sub rosa
The most of all things and persons in the entire world drives me *flabbergasted". That includes me.

22 Responses to 24X7: MÁQUINAS para incentivar a leitura (e não só)…(UPDATED)

  1. Meg,
    Acho bacana a iniciativa, para os outros. Diariamente vejo uma dessas máquinas quando pego o metrô. Não me comovo. De minha parte, desconfiado que sou, prefiro manusear o livro antes de comprar. Folhear, examinar primeiras, segundas, terceiras e quartas páginas, cheirar, passar para o volume ao lado, repetir o ritual, voltar, ficar em dúvida, examinar o preço, comparar, ver se cabe no orçamento, desistir, sentir o papel, acabar levando mais do que pretendia, sempre muito feliz. Chegar na livraria já um um grande prazer. De preferência a Cultura, onde sempre acho o que não preciso e quero muito. Máquinas? Minha relação com elas é hostil. Um mal desnecessário, que por algum tipo de mágica, tornaram indispensáveis.
    Beijão

  2. Eduardo.P.L says:

    Meg, coca-cola, guaraná, gelo, comida pronta, cigarro, jornal, e por que não LIVROS? O Lord tem razão. Eu também dou preferência a uma boa e farta livraria! Mas estas estão acabando. Hoje se compra pela Internet, que é mais VIRTUAL do que a máquina, pela metade do preço, com entrega a domicilio. Novos tempos. Temos que nos adaptar. Não ha nada a fazer!Bjs. òtima postagem. Bom debate!

  3. aninhapontes says:

    O Lord tem razão quando fala do prazer de estar entre os livros, manusea-los, comparar preços, trocar muitas vezes, hoje não dá prá levar esse, mas dá prá esse.
    Agora, como disse o Eduardo, novos tempos, temos que nos adaptar, a idéia é boa, só que veja bem, São Paulo tem as melhores livrarias e pontos de venda de livros de qualidade, e exposições, e noite ou tarde de autógrafo, enfim em S Paulo acontece tudo.
    Eu tiraria meu chapéu se essas maquinas estivessem colocadas à disposição da população, lá nos “cafundós do judas”, onde há sim, brasileiros que gostam de ler, que querem entrar mais e mais no mundo da leitura e não têm acesso.
    Esses brasileiros que leêm folhas soltas de jornais velhos, com sua mínima cultura, mas que sonham com as letras, com os livros.
    Vixe, falei demais.
    Beijos

  4. Meg, nunca comprei numa dessas e com a ojeriza que me impõem acho que vou demorar um tempão para fazê-lo. Hoje já me viro mais ou menos bem com caixa eletrônico de banco. Aquelas catracas que colocam nos prédios modernosos ainda me metem medo, penso sempre que vão travar e que virá um gorila daqueles com fone de ouvido)aqui uma dúvida: para quê os malditos fones de ouvidos? não podem dar um grito? com aquele vozeirão. Xá prálá). Interessante, sempre travam na minha vez e é preciso vir um deles e virar o crachá pro lado certo. Suor, sorriso sem graça,pedido de desculpas(afinal por quê peço desculpas, se não tenho culpa e nem fui eu que botei aquele geringonça lá?).
    Enfim, gosto não. Mas a mulekada parece que gosta.
    Concordo com a Aninha(nem sou louco de discordar, né?): deveriam colocar dessa lá em Quaquáquá da Serra. Mas no metrô também funciona. Livros, livros e mais livros. Livros demãcheias. Vencer pela overdose.
    Campanhas, tipo: um livro na mão e uma idéia na cabeça. Troque sua arma por uma coleção. Um quilo de pó vale uma Barsa, e por aí vai.
    Favorável às máquinas?Claro que sim.
    E ainda ficamos livres daqueles balconistas burrinhos que nunca ouviram falar em W.Somerset Maughan e nem sabem quem foi Policarpo Quaresma, que saco!
    Beijão
    (acho que me excedí hoje, tô acelerado!)

  5. pedrita says:

    como eu não tenho hábito de comprar nessas maquininhas, nem reparei que há de livros. eu gosto muito da coleção l&pm, que traz bons preços. vou olhar com calma essas maquininhas. beijos, pedrita

  6. James says:

    Sou favorável a tudo que facilite o acesso aos livros.
    Mas sou inimigo da idéia de destinar dinheiro de impostos para qualquer instituição gerida pela iniciativa privada (incluindo ONGs). Ora, se são “não governamentais”, se virem…

    Me desculpem a autoconvocação para participar dessa conversa.

    Um abraço.

  7. UAU!!!!!!!! WOWWWWW!!!!!!!! Vocês são maravilhosos, adoráveis, enfim… the best;-))))).
    Até comentadores falando entre si – meu grande desejo e que nunca consegui em seis anos de ‘blogaria’:-)) vocês, meus lindos, me deram essa alegria. Iuhuuu! É assim mesmo. Temos vocação para o pioneirismo:-)))) pisc*
    Agora NÃO ESQUEÇAM QUE HÁ DOIS TEMAS NESSA DISCUSSÃO – as máquinas *E* como falou agora o querido JAMES a questão da grana, da bufunfa, (ai, como sou chique) a idéia de “melhorar a tal de política cultural”, de pedir para investir o seu I.R….
    Portanto, eu ouso esperar que falemos disso também.
    Valter – hahahah- somos irmãos gêmeos nisso, eu vivo pedindo desculpas por coisas cuja culpa NÃO É MINHA, às vezes peço desculpas até por ser visível hohoho… teu comment está um barato… rsrsrsrs..LOL
    E olha: – reparem no coment da nossa PEDRITA. Muito bacana e sintomático.
    A-do-ro vocês. Beijo, Aninha (grande garota!) Eduardo e Lord.
    James, boa! boa! (não estou entrando no mérito) mas na sua oportuníssima intervenção. Além de que vc é carioca. E os meus 5 maravilhosos leitores são quase todos paulistas. By the way: A casa é sua.
    Tiau!:-)
    Valeu!, bom dia, vejo vocês no final da tarde.

  8. Eduardo.P.L says:

    Meg, não sei onde anda o Claudio. Lá no Varal não esta! Bjs

  9. James says:

    Valeu mestra!

  10. Tchê, alguma coisa aconteceu em algum momento de minha vida e eu passei a amar as novidades. Não, brincadeira…

    Não gostaria de comparar a Cultura com as máquinas. Gostaria de comparar as outras livrarias com as máquinas. Gostaria de comparar as máquinas com aquelas livrarias que têm balconistas desinformados e que tratam sua mercadoria como se fossem pentes ou material elétrico. Qual é a diferença? Nenhuma! Entre ficar sem informação e ficar sem informação não há diferença. Manusear? Para quê? Para mim, não há diferença: compro meus livros quando leio alguém em quem confie falar bem. (Leio, falar: Milton burro!)

    E quem nunca comprou um pocket da L&PM plastificado, sem poder manusear?

    Acho que as 24×7 farão com que a Cultura adquira ainda maior relevo por ser diferenciada e obrigará as livrarias idiotas a se profissionalizarem.

    A questão do Imposto de Renda é absolutamente correta. como alguém disse aí em cima, todo o apoio para facilitar o acesso ao livro.

    Mais: pelo amor dos meus filhinhos, não me venham com conversas apocalípticas… Há espaço para tudo o que seja eficiente e competente.

    Beijos às mulheres, rápidos e cordiais abraços à homarada.

  11. denise says:

    Ah, Meg, há os dois lados da questão: o prazer de se manusear o livro e a facilidade para adquiri-los. Só lamento o desinteresse pelos livros hoje em dia. Nem todo mundo é culto como o Valter devorador de livros, hehe. Sabia que eu nunca li nada de W.Somerset Maughan? Aqui no Metrô do Rio há umas tabuletas dentro dos trens divulgando que se pode pegar livro emprestado para ler na viagem. Nunca vi ninguém lendo dentro do Metro… E não se paga nada por eles! E aí?
    beijo, menina

  12. Denise, ler W.Somerset Maughan não significa ser culto não. Foi ´so um exemplo.É, às vezes sou meio metido mesmo. Mas coloca um Graciliano Ramos alí que dá no mesmo. Está cheio de balconista que nunca ouviu falar no homem, sabe como é? Tanto faz vender plano de saúde, batatinhas ou tomadas elétricas.
    O fato de vender em máquinas não muda nada. Como a Meg chamou a atenção, o problema aí com o Imposto de Renda é que é relevante. Fica igual a lei Rouanet. Dinheiro fácil e barato à rodo, abatem do I.R. e o artistão conhecidão do público cobra 180 paus no ingresso do show. A bestaiada vai lá e paga, afinalé um show do chicubuarqui, da betania, do escambau! Eita povinho pobre de cultra esse!
    E la nave vá.
    Beijo grande
    (Meg hj tô faladô que só)

  13. Denise, o fato de ler W.Somerset Maughan* não faz ninguém culto não. Acho que fiquei meio metido à besta mesmo. Mas bota aí um Graciliano Ramos na frase que dá no mesmo. Está assim ó de balconista de livraria que não consegue se lembrar de dois livros do homem.
    O fato de comprar na maquininha não tem problema algum, agora a “caridade” com o Imposto de Renda, esse sim é problema.
    Dinheirinho fácil e barato, feito a Lei Rouanet que financia filmes e shows de artistas “populares”. Aí o artistão monta o show, cobra 180 paus o ingresso e a bestaiada vai lá e lota o recinto. Afinal é o chicubuarqui, é a betânia, o escambau.
    Eita povinho pobre de cultura, não enxerga nem quando é lesado.
    Bom, falei demais.
    Beijo, menina
    ps: leia o W.S.M*, vc vai gostar e na biblioteca tem.

  14. É, na contemporânea atualidade dos dias de hoje, nada mais natural que ter nossas necessidades e veleidades supridas por máquinas. Ainda mais quando precisamos de tais produtos e estamos longe dos fornecedores habituais.

    Atire o primeiro alfarrábio aquele que não agradeceu aos céus por poder comprar rápido e facilmente um pocket book, um Coquetel de palavras cruzadas ou algo do gênero para passar o tempo numa rodoviária, no consultório do dentista e quejandos.

    Por mim, podem até fazer um modelo portátil para ser carregado no ombro e oferecer os tais livros nas esquinas, nas praias, nas saunas gays; seria muito melhor que flanelinhas, CDs piratas e flores de plástico.

    Agora, se há algum ato ilícito na operação de tais traquitanas, são outros quinhentos cruzarnozóvos.

  15. Denise, fiz um comentário aqui mas sumiu. Vamos lá de novo.
    Olha, ler W.Somerset Maughan não é ser culto não, tá? Sei que às vezes fico meio metido mesmo. Mas pode trocar pelo do Graciliano Ramos que não altera nada na frase. Há muitos balconistas que não sabem procurar dois títulos do homem. Não vão além de Memórias do Cárcere.
    Quanto às maquininhas, nada contra. Estão aproximando livros e leitores. Sou contra a fazerem isso com o meu dinheiro, via imposto de renda.
    Um beijo

    ps: pode ler W.S.M. sem susto, é inofensivo e na biblioteca tem, viu?

  16. Magaly says:

    Você está mesmo de parabéns, Meggy, o seu pessoal esteve mesmo inflamado e disposto a discutir o assunto propost.. Cada um deu suas razões, se bateu por elas; cada um enxergou um ângulo aprecuável, o que fez dos seus comments um ambiente de debate.
    Gostei Cheguei tarde, tudo já foi dito com muita espontaneidade e propriedade.
    Não sei dizer se aqui, no Rio, há proliferação dessas máquinas. Ando muito pouco pelo centro, mesmo pelos bairros mais badalados, mas vou passar a indagar sobre o assunto.
    A divulgação de livros é sempre uma boa pedida desde que se observe a qualidade do material oferecido.
    Ah! o vício de entrar numa boa livraria e esquecer que a vida roda lá fora!
    Beijinhos.

  17. Meg, acabo de ler seu longo up to date. Ma-ra-vi-lha! percorreu tudo em poucos segundos, vapt-vupt.
    Fico deslumbrado com essas possibilidades que a blogosfera nos dá. Aqui somos todos escritores. Sim, porque ao nos sentarmos frente ao PC, nos transformamos em donos da editora. Ultrapassamos a pior parte que é a distribuição como você disse. Eu escrevo, você lê. E opina. E corrige. Eu leio, verifico onde errei, omiti ou aumentei e volto e edito. O escritor antigamente às vezes amargava anos até poder ter uma nova edição, comentada e revisada. Só os grandes tinham e3ssa possibilidade. Hoje não. Estamos todos aqui e quando as editoras se derem conta,irão disputar os escritos. Quando acabar a má vontade com aqueles que escrevem em blog(e já está começando) o processo vai se inverter. Eu vou escolher por onde meu livro vai ser editado. Sonho? talvez não. Questão de tempo.
    Continuem a discussão, vou para a galera agora. Assistir de camarote.
    Um beijo

  18. aninhapontes says:

    Muito bom, como sempre muito bom.
    Ainda continuo a dizer, que além da máquinas 24X7, livros deveriam ser oferecidos em qualquer banca de jornal, na venda do seu Joaquim, na banca da feira. Enfim, tinha que ser mostrado, as pessoas tinham que ser instigadas a ler. Deveria ser uma coisa tão natural, quanto um jovem acessar o orkut e escrever tudo com meias palavras, uma coisa horrível, uma ortografia sofrível, que dói nos ouvidos, nos olhos, enfim, um assassinato da língua, porque isso sim lhe é oferecido, há incentivos.
    Beijos

    Linda, é isso mesmo,
    vc sempre coberta de razão.]
    Beijocas muito afetuosas

  19. peri s.c. says:

    Primeira vez que vi estes pequenos supermercados-robóticos culturais foi na plataforma de embarque do metrô, na estação Sé. Pensava que eram batatas fritas murchas ou chocolates envelhecidos, uau, mas eram livros. Ótima idéia e local. Acho que não vamos encontrar lá Grande Sertão:Veredas , mas cumpre bem a função de atiçar a compra de livros baratos.
    Como minhas empresas estão momentaneamente, há já uns 5 anos, sem capital para investimentos, deixo uma sugestão para os que talvez queiram entrar no negócio, via franquia . Outros locais para as tais máquinas, junto a potenciais e estáticos consumidores : em agências bancárias, junto às suas intermináveis filas. Em consultórios médicos, onde você é atendido, com hora marcada, com umas 2 horas de atraso. Nas áreas de atendimento de nossas repartições públicas. Com rodinhas percorrendo os congestionamentos de nossas principais vias públicas. Nos saguões de embarque de nossos aeroportos ( estas já devem existir, mas vale a citação ) . Etc, etc.

    Peri Escopo:-)
    Hahahahhah,
    primeiro deixa eu rir e desejar sucesso às suas empresas;-)
    eu estou com com pouquíssimo tempo agora, mas seu comentário me chamou a atenção, porque sim, sim, sim, lá se pode encontrar Guimaraes Rosa, Clarice Lispector e quetais, essas coisas. Fique ligado…
    E como se pode observar as máquinas estão
    nos mais diferentes locais em S.Paulo, e todos estratégicos – ou seja a sugestão que vc dá, eles tiveram ao fazer o Projeto.
    O que não deixa ser legal, não é:-)
    beijão
    M

    Mas, acho que como uma primeira discussão, o resultado foi excelente.
    Obrigada pela tua visita.
    Bj
    Meg

  20. James says:

    Já estava com saudade de escutar uma professora (boa) dando aula. A ‘blogosfera” ainda precisa ser pensada com mais seriedade.
    Se, como diz o outro, “leu é leitor”, então, pelo menos nesse novo meio, “escreveu é escritor”. E mais: ilustrador, diagramador, editor…uma festa.
    Desculpe a empolgação do calouro.
    Um abraço.

    Iiiiih!!!!!
    Não, não quero, James ser profesora em blog e fujo das aulas.
    Como vc mesmo diz, praticamente todo mundo que tem blog se acha escritor, jornalista ou professr.
    I’m out:-)
    Quanto ao resto, acho que vc tem total razão, pegou o espírito da coisa.

    Ah! por favor, nunca perca o entusiasmo.
    Sei do que estou falando: não perca seu entusiasmo, OK?
    Beijos

  21. Nelsinho says:

    Tô alienado de todo! Não sabia das máquinas e não estou lendo nada a não ser especificações técnicas…Mas a idéia é ótima!
    Bjs

    NELSINHO:
    Cê não está alienado coisíssima nenhuma:-)!!!!
    O Rio de Janeiro – como um todo – é que está.
    Só existe no Rio, uma única máquina, a que fica no metrô da Carioca.

    Y así pasan los dias:-)
    beijos
    M.

    >

  22. O que eu posso dizer?
    Um clichê filosófico, mas nem por isso menos verdadeiro:
    Perguntas valem muito mais do que propriamente as respostas. E outro: a resposta é a morte da pergunta.
    Ou seja: quanto mais nos indagamos acerca das coisas, mais se enriquece nosso ponto de vista.
    Fico feliz com esse resultado (mas já disse que sou a pessoa de mais sorte neste mundo hohoho)
    Nosso debate foi excelente. Tenho dito.
    Agora,
    Valter e James:
    Não é bem assim, embora todos que tenham blog passem por fases:-)
    Uns se acham escritores, outros se acham jornalistas e outros se acham professores.
    Depois eles alternam as fases.
    Obrigada a todos que aceitaram esse convite ao debate, porque sem diálogo, o que existe é a justaposição de monólogos: o “Eu sei mais” de cada um.
    Beijos, obrigada
    .